A cada hora, e cada vez em maior número, nos deparamos com reportagens de empreendedores de sucesso. Famílias que ficaram desempregadas, resgataram a fórmula do “bolo da vovó” e estão ricos. Poxa, quem não quer isso!

O problema é que eles não contam, e muito menos alertam, para os insucessos! E o insucesso acontece na grande maioria dos novos negócios. Claro que não posso generalizar, também tem casos bem legais, e servem mesmo de exemplo.

Mas, vivemos o pleno desemprego, muitas famílias sobrevivendo de suas rescisões, sem nenhuma perspectiva de conseguir novas posições, e empreender se torna a única alternativa. Diante desse quadro, esse tipo de “propaganda” me preocupa. A contaminação que essas “reportagens” podem causar no atual momento, inflando o número de novos negócios sem nenhum planejamento, com certeza vão piorar as estatísticas de empresas que fecham em seus primeiros anos.

Essa semana recebi o plano de negócio de uma franquia, e fiquei assustado com a “pobreza” do mesmo, apenas linhas de receitas e despesas projetadas para 12 meses. Quando fui conversar com o franqueador, não aguentei e reclamei da qualidade, chegando até duvidar do produto/serviço oferecido pelo negócio. Para minha surpresa, ele simplesmente me falou que aquele plano já não era fácil de entendimento para muitos interessados que se cadastram, com dúvidas do que era pró-labore, o que era capital de giro. Tiveram que adotar aquele modelo, extremamente simples, diante da dificuldade de entendimento dos interessados. Qual será o futuro desse investidor?

Espero que essa gama de empreendedores que a crise econômica está fabricando, busquem o máximo de conhecimento sobre gestão empresarial, ou pelo menos procure uma consultoria, antes de empreender, e tomem decisões inteligentes e não se tornem uma parte negativa da estatística.