Hoje, um amigo de infância (só não vou dizer de quanto tempo, né Marcão!) comentou um compartilhamento que fiz, onde o economista da FIPE acredita que os imóveis chegarão em 2016 com valores próximos aos praticados em 2011. Fez até um comparativo dos preços em dólar do m², mostrando que em dólar o m² já está 44% mais baixo em certa região de Brasília onde a procura é maior que nas outras áreas. Acredito que seu comentário é muito pertinente, e excelente para gerar uma boa discussão.
É fato que os imóveis vem caindo de preço, principalmente quando utilizamos valores reais para comparação (considerando a inflação do período). A pergunta é, está na hora de comprar? Essa é a mesma pergunta que ronda no mercado de capitais, será que está na hora de comprar ações da Petrobrás?
A resposta seria fácil, se tivéssemos a certeza que já atingimos o “fundo do poço”. Porém, muitos indicadores ainda apontam para uma piora na economia, fazendo que ativos, onde existe a percepção que estão “baratos”, possam ficar mais ainda!
Investir em imóveis, principalmente quando falamos em residenciais e comerciais (entenda comerciais como salas e lojas), gera um baixo fluxo de caixa, um retorno que não chega a 6% ao ano (muito abaixo da taxa de juros praticada no momento), isso sem considerarmos os riscos de inadimplência, depredação e vacância que podem ocorrer. Também, não podemos descartar o problema de liquidez inerente a esse ativo. Portanto, resta como atrativo, sua valorização. Sabemos que temos uma tremenda demanda reprimida, mas a real está inferior a oferta no momento, e está difícil no momento tornar essa demanda reprimida em real.
Então, baseado apenas em números e projeções, não recomendaria comprar imóvel no momento, pois, tecnicamente não existe nenhum fator, atual ou previsto, que possa pressionar os preços para cima. Agora, sempre haverá a oportunidade, a famosa “galinha morta”, e cabe a cada um saber se a oportunidade se tornará um bom negócio.
Iwar Mattos